" A razão do número de todos os casos favoráveis à um acontecimento, para o de todos os casos possíveis é a probabilidade buscada, a qual é portanto uma fração …"
“A teoria da probabilidade nada mais é do que o senso comum reduzido à cálculo.”
A Teoria da Probabilidade é o ramo da matemática que desenvolve e pesquisa modelos (probabilísticos) que podem ser utilizados para quantificar e explicar os fenômenos aleatórios. A Inferência e os métodos estatísticos são totalmente fundamentados nessa teoria e portanto, torna-se essencial o seu estudo e compreensão. Os modelos probabilísticos utilizados para estudar um fenômeno aleatório podem variar em complexidade, mas todos eles possuem ingredientes básicos comuns.
Dizemos que um experimento é determinístico quando repetido inúmeras vezes, em condições semelhantes, conduz a resultados essencialmente idênticos. Ex.:
Um experimento aleatório (\(\varepsilon\)) é aquele que repetido sob as mesmas condições pode levar a resultados diferentes, isto é, não se pode prever seu resultado. Por Ex:
Exemplos:
\(\varepsilon_1\): Lançamento de uma moeda honesta;
\(\varepsilon_2\): Lançamento de um dado honesto;
\(\varepsilon_3\): Lançamento de duas moedas honestas;
\(\varepsilon_4\): Selecionar um morador da cidade de Londrina e medir sua altura;
\(\varepsilon_5\): Observar o tempo de falha de um componente mecânico;
\(\varepsilon_6\): Número peças defeituosas num processo de fabricação
O espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis associados a um experimento (aleatório), repesentado por \(\Omega\). Sendo o espaço amostral um conjunto, ele poderá ser finito ou infinito.
Dos exemplos anteriores dos experimentos aleatórios, temos:
\(\Omega_{1} = \{c, k\}\), em que \(c =\) cara e \(k =\) coroa
\(\Omega_{2} = \{1, 2, 3, 4, 5, 6\}\), em que \(i=1,\ldots,6\) são as faces
\(\Omega_{3} = \{(c,c) , (c,k) , (k,c) , (k,k)\}\)
\(\Omega_{4} = \{ h \in \mathbb{R},\, h > 0\}\)
\(\Omega_{5} = \{ t \in \mathbb{R},\, t > 0\}\)
\(\Omega_{6} = \{0, 1, 2, 3, 4,\ldots\}\)
Um evento (aleatório) é um subconjunto de \(\Omega\), ou seja um conjunto de resultados de um experimento aleatório. Em geral, os eventos são representados por letras maiúsculas, como \(A\), \(B\), \(C\), \(\ldots\)
Dos exemplos anteriores dos experimentos aleatórios, temos:
\(A:\) sair cara \(\Longrightarrow\) \(A = \{c\}\);
\(B:\) sair a face \(4\) \(\Longrightarrow\) \(B = \{4\}\);
\(C:\) sair pelo menos uma cara \(\Longrightarrow\) \(C = \{(c,c),(c,k),(k,c) \}\);
\(D = \{ h \in \mathbb{R},\, 0 \leq h \leq 1,70\,\mbox{m}\}\);
\(E = \{ t \in \mathbb{R},\, 0 \leq t \leq 5\,\mbox{anos}\}\);
\(F = \{0, 1, 2, 3\}\)
Em muitos problemas de probabilidade interessam-nos eventos que podem ser expressos em termos de dois ou mais eventos, formando uniões, interseções e complementos. Os espaços amostrais e os eventos, especialmente as relações entre os eventos, costumam ser ilustrados por diagramas de Venn, que auxiliam na ``visualização’’ dos conceitos básicos de probabilidade.
Observa-se que a Teoria dos conjuntos é utilizada para definir operações com eventos.
O evento impossível, é o conjunto que não possue elementos, denotado por \(\emptyset\).
O evento certo, denotado por \(\Omega\), é o próprio espaço amostral, isto é, \(A = \Omega\).
O evento Elementar é aquele que contém apenas um dos elementos do espaço amostral.
Dois eventos \(A\) e \(B\) são independentes, se a ocorrência de um deles não interfere na ocorrência do outro evento.
\[A \cup B = \{\omega \in \Omega:\, \omega \in A \quad \text{ou} \quad \omega \in B\}.\]
knitr::include_graphics("img/uniao.png")
\[A \cap B = \{\omega \in \Omega:\, \omega \in A \quad \text{e} \quad \omega \in B\}.\]
knitr::include_graphics("img/interseccao.png")
knitr::include_graphics("img/Disjuntos.png")
\[A^{c} = \{\omega: \omega \in \Omega \,\, \text{e} \,\, \omega \notin A \}\]
knitr::include_graphics("img/Comp.png")
Além disso,
\[A \,\, \text{e} \,\, A^{c} \,\, \text{formam um partição de} \,\, \Omega \implies \left\{ \begin{array}{l} A \cup A^{c} = \Omega \\ A \cap A^{c} = \emptyset \end{array}\right.\]
Defina um espaço amostral para cada um dos seguintes experimentos aleatórios:
Considere o lançamento de um dado honesto e os eventos \(A = \{ 1, 2, 3, 4\}\), \(B = \{\omega: \omega \leq 3\}\), \(C = "\text{face é par}"\), \(D = "\text{face é número primo}"\). Determine:
Uniões
Intesecções
Complementos
Sendo \(A\) e \(B\) dois eventos em um mesmo espaço amostral, “traduza” para a linguagem da Teoria dos Conjuntos as seguintes situações:
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